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Armando dos Santos Gomes Pulquério (1917-1983) (3)

 

 

                                     

 

Em 1961, o jornal iniciaria aquele que foi, possivelmente, o período de maior qualidade gráfica e de conteúdos na sua longa história. Ao número 242, de 7 de Abril de 1961, o jornal apresenta-se com um novo formato, nova imagem gráfica e conteúdos renovados. Armando Pulquério espera que o Riomaiorense consiga ser, num curto prazo, o jornal com que sonhava, “com melhoria de aspecto e periodicidade, sem todavia perder a independência e a combatividade que sempre o caracterizaram” (10).

 

Portugal enfrentava então o início da guerra em África após os ataques da UPA no Norte de Angola. O jornal toma posição em apoio à política governamental. Publicam-se artigos em defesa da política ultramarina do governo, faz-se a divulgação do desenvolvimento sócio-económico dos diferentes territórios e acompanha-se a sorte dos combatentes naturais do concelho de Rio Maior.

A aposta na melhoria gráfica e de conteúdos terá um dos pontos altos na edição especial de 6 de Abril de 1963, número 260, com doze páginas, dedicada à Fragata D. Fernando II e Glória, destruída por um incêndio. A edição foi um sucesso jornalístico, com cinco tiragens, num total de 50.000 exemplares. O produto da venda reverteu a favor da Obra Social da Fragata D. Fernando, que desde 1947 utilizava o antigo navio como centro educativo e social no qual acolhia rapazes desprotegidos, em regime de internato.

Na sequência deste sucesso Armando Pulquério aposta na promoção do jornal à escala nacional, com o número 262, de 15 de Maio de 1963, aumentando para vinte o número de páginas. Pretende-se que Rio Maior tenha “um órgão destacado da imprensa, que foque não só os seus problemas, mas também os de toda a comunidade portuguesa, aquém e além fronteiras” (11). O director deseja que o Riomaiorense desenvolva uma “acção sem peias e sem partidarismos” (12) que ajude ao crescimento e à projecção de Rio Maior.

 

O investimento na qualidade gráfica e de conteúdos do jornal O Riomaiorense daria frutos, sendo reconhecido a nível nacional com a atribuição do Prémio Augusto Ferreira Gomes, em dois anos consecutivos, 1963 e 1964, pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI).

 

Incentivado pelo reconhecimento do seu trabalho e pelo interesse crescente que O Riomaiorense desperta, Armando Pulquério decide, em 1965, lançar o velho jornal junto de um público mais alargado. Assumindo-se como continuação da série anterior inicia-se, ao número 300, de 18 de Fevereiro de 1965, a quarta série, sob o novo título de Jornal do Oeste.

 

Nesta nova série, Armando Pulquério recupera a colaboração do antigo director do Riomaiorense, António Custódio dos Santos, após uma visita ao velho republicano exilado no Brasil, e que deixará nas páginas do Jornal do Oeste importantes registos sobre a história de Rio Maior no início do século XX. As páginas do Jornal do Oeste serão palco de uma campanha que mobilizará estes dois riomaiorenses de gerações distantes: a defesa, no final da década de sessenta e início da década de setenta, da instalação de uma central termoeléctrica que deveria garantir a continuidade da exploração da Mina do Espadanal.

Figura 3 - Cartão de Identidade do Director do Jornal do Oeste, década de 60. © Colecção Celso Pulquério.

Figura 4 - Jornal do Oeste (1965-1975) Arquivo Digital.

(10)

PULQUÉRIO, Armando – “O Riomaiorense”. In O Riomaiorense (3.a Série), n.o 242. Rio Maior, 7 de Abril de 1961, pág. 1.

(11)

PULQUÉRIO, Armando – “O Riomaiorense elevado à escala nacional, a partir do próximo número”. In O Riomaiorense (3.a Série), n.o 261. Rio Maior, 10 de Maio de 1963, pág. 4.

(12)

Idem, ibidem.

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