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Conservação e musealização do património mineiro (3)

 

 

 

 

 

 

 

 

Necessidade de valorização do património mineiro e industrial

 

Para além da importância que a conservação do património mineiro e industrial reveste como forma de salvaguarda de uma herança do passado que foi essencial para a construção da sociedade em que vivemos, essa salvaguarda também se justifica pela possibilidade que apresenta para a promoção sócio-económica das regiões onde esse património se encontra, as quais muitas vezes se encontram numa situação de depressão resultante do encerramento das minas e da cessação da actividade produtiva. Efectivamente, as zonas mineiras constituem lugares de interesse especial, do ponto de vista cultural, reunindo características tecnológicas, paisagísticas e antropológicas, o que corresponde às condições ideais para serem exploradas do ponto de vista turístico, com as vantagens económicas e sociais que decorrem dessa actividade.

 

A actividade turística, nomeadamente o turismo cultural, tem vindo a afirmar-se como uma oportunidade para se encontrarem alternativas de desenvolvimento económico local em zonas mineiras desactivadas que têm vindo a enfrentar situações de depressão económica e social. Na Europa, principalmente, são já inúmeros os projectos bem sucedidos de turismo mineiro surgidos nos últimos anos. Contudo, para que exista uma oferta consistente neste domínio é indispensável proceder à recuperação e reconversão de sítios mineiros, de forma a poderem integrar um projecto de turismo cultural.

 

Apesar de já ter desaparecido muito património mineiro, existem ainda em Portugal numerosos sítios que poderiam protagonizar um projecto de turismo cultural. Encontram-se, aliás, vários projectos em curso, como o das “Rotas do Volfrâmio” – que tem uma dimensão europeia pois pretende constituir um dos projectos de turismo cultural do Conselho da Europa –, englobando um conjunto de sítios mineiros em Portugal (numa primeira fase, Rio de Frades, Regoufe, Chãs, Moimenta, Vale das Gatas e Borralha) e noutros países europeus, como a Espanha (Galiza), França, Inglaterra, Alemanha, Áustria, Suécia e República Checa.

 

O turismo cultural com base no património mineiro constitui uma oportunidade, não só para a sua salvaguarda mas também para fomentar o desenvolvimento sócio-económico das regiões em que o mesmo se encontra. Uma oportunidade que não deve ser desperdiçada.

José Manuel Lopes Cordeiro

 

 

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