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Fontanário Art Déco. Projecto de Restauro (2)

 

 

                                 

                                            

 

 

2 – CARACTERIZAÇÃO

 

 

 

 

2.1 - Caracterização Arquitectónica:

 

Arquitectura Civil. Fontanário de desenho Art Déco, de planta semi-hexagonal, composto por cisterna e fachada de três panos de alvenaria revestidos a pedra calcária, e encimados por cornija. O conjunto é rematado por uma platibanda de desenho geométrico de influência Art Déco enquadrando sobre o eixo de simetria um escudo estilizado, com cinco quintas, coroado por uma esfera armilar.

 

Sob a cornija, um friso denteado integra a inscrição: CAMARA MVNICIPAL DE RIO MAIOR. Uma marcação geométrica em relevo – quadrícula – enquadra a inserção dos painéis de azulejos, um em cada pano oblíquo e três no pano central, figurativos, com os temas: (da esquerda para a direita) Lavadeiras (0,82m x 1,21m); Travessia das Bocas (0,59m x 1,21m); Salinas (1,16m x 1,21m); Gato Preto (0,59m x 1,21m) e Carro de Bois (0,82m x 1,21m). Pintura manual monocromática, azul, com moldura vegetalista e barra amarela, da Fábrica Cerâmica Lusitânia, de Lisboa. Inscrição no relevo sobre o painel central, com a datação: 1931.

 

Duas torneiras inseridas no mesmo painel central, servidas por “taça” de pouca profundidade com arestas chanfradas. Conjunto rematado por muretes com função de banco, constituídos por volumetria denteada rematada por pedra única, lisa. Pavimento cimentado no interior, com pequeno degrau revestido a pedra calcária na transição para a rua.

 

2.2 - Caracterização histórica:

Fontanário edificado em 1931 na sequência de obras de remodelação e alargamento da Praça do Comércio, no centro histórico de Rio Maior, substituindo chafariz datado de 1864. Projecto encomendado a Francisco Matias, desenhador, mestre-de-obras do Hospital Termal das Caldas da Rainha e membro do extinto Grémio dos Artistas Caldenses, por iniciativa do executivo municipal presidido por João Ferreira da Maia (1926-1938), inaugurou a execução de um plano de obras mais vasto de abastecimento de águas à sede do concelho, concluído em 1936 com a abertura da distribuição ao domicílio.

Do conjunto edificado na vila de Rio Maior persistem apenas a obra em estudo e um marco fontanário inaugurado a 6 de Novembro de 1936, localizado na antiga Feira do Gado (actual Rua do Mercado) (figura 5).

2.3 - Observações:

Alteração da envolvente cromática devido a obras de recuperação do edifício de habitação contíguo – anteriormente caiado de branco e actualmente pintado de rosa. Muro do pátio que confronta com o fontanário a Norte, com textura alterada pelas obras referidas – anteriormente rebocado a cal e areia e caiado de branco, e actualmente apresentando a alvenaria de pedra à vista.

2.4 - Protecção:

Inexistente. A classificar como Património de Interesse Municipal (Lei nº107/2001, de 8 de Setembro) na sequência da intervenção de restauro a realizar.

(continua na página seguinte)

IMG_2841.JPG

Figura 4 - Platibanda de desenho geométrico Art Déco, enquadrando escudo estilizado com cinco quinas, coroado por esfera armilar. © Nuno Rocha, 2008. Arquivo O Riomaiorense.

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Figura 5 - Fontanário da Rua do Mercado.

© Nuno Rocha, 2005. Arquivo O Riomaiorense.

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