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[Arquivo do Riomaiorense) Vultos de Ontem (5)

 

 

 

IX - Eduardo Casimiro da Silva (1875-1930)

In O Riomaiorense (3.a Série), n.o  . Rio Maior, 1950.

O nosso biografado de hoje pertence a uma família tradicionalmente dedicada ao progresso local. Tanto ele, como os seus irmãos mais velhos, João e José, industriais, proprietários e comerciantes, contribuíram decisivamente, e por várias formas, para o desenvolvimento da sua terra, figurando, por exemplo, entre os mais activos fundadores da Associação dos Bombeiros Voluntários.

Na Câmara Municipal, na Junta de Freguesia, na Misericórdia, nos Bombeiros, em tudo o que os chamassem a colaborar, em proveito da sua terra, os três irmãos Casimiros desenvolveram sempre acção útil.

 

Eduardo Casimiro da Silva foi, desde a noite de 22 de Novembro de 1898, em que a Sociedade Filarmónica Riomaiorense se transformou na Associação dos Bombeiros Voluntários, o “Bombeiro n.o 1”, pela sua dedicação à colectividade e à sua humanitária tarefa.

 

Quando, em 1929, foi reorganizado o Corpo de Bombeiros, em grande parte obra sua, a Assembleia Geral da Associação, por unanimidade, confirmou a sua situação de 1.o Comandante, cargo que ocupou, com a sua habitual dedicação, até falecer subitamente, em 15 de Agosto de 1930. O seu funeral constituiu uma grande manifestação de pesar colectivo, consagração de uma vida inteira votada aos mais nobres ideais.

X - Justino Henriques de Carvalho (1866-1932)

In O Riomaiorense (3.a Série), n.o . Rio Maior, 1950.

 

 

Justino Henriques de Carvalho foi uma das figuras gradas de riomaiorense.

Nascido em 5 de Abril de 1866, a quantos o conheceram mereceu respeito e consideração devido à sua conduta, a todos os títulos irrepreensível.

 

Parece que ainda estamos a vê-lo, no seu aspecto austero, mas simples, mas bom.

 

Foi pai de Ramiro Henriques de Carvalho, uma figura igualmente notável da nossa terra e cuja biografia já nesta secção traçamos; e avô do Maestro Fernando de Carvalho, filho do mesmo Ramiro, um nome que todos os portugueses de hoje decoraram, um valor sobranceiro na maestria musical e na composição de música ligeira.

 

Grande influente político na situação monárquica, em que várias vezes foi administrador do concelho, Justino Henriques de Carvalho assumia ainda, na actual situação política e na ocasião do seu falecimento, o cargo de vice-presidente da Câmara Municipal.

 

Quando do Sidonismo e do Movimento do 28 de Maio, ele desenvolveu grande actividade em apoio destas situações, dentro da sua tradicional orientação política.

 

Forneceu à Câmara Municipal, a título gratuito, o terreno onde se encontra o actual novo edifício dos Correios, e que à data da oferta era destinado ao edifício da Guarda Nacional Republicana.

 

Um periódico local da época, o nosso antecessor “O Riomaiorense”, numa data em que Justino de Carvalho tomou posse do cargo de administrador do concelho, pouco tempo após a implantação da República, comentou assim o acontecimento; por esta descrição se verifica a consideração em que era tida a respeitável figura do biografado:

 

- No sábado último, teve aqui lugar a posse do novo administrador deste concelho, o nosso prezado amigo e conterrâneo Sr. Justino Henriques de Carvalho.

 

O acto revestiu uma desusada solenidade, assistindo quase todos os cavalheiros de mais elevada posição no nosso meio, que manifestaram assim a muita simpatia e consideração que tributam ao Sr. Justino Henriques de Carvalho, pois tendo já exercido este cargo durante bastante tempo, noutra situação regeneradora, dele se saiu muito a contento não só do povo riomaiorense, mas também dos habitantes de todo o concelho.

 

A posse foi dada pelo mui digno Presidente da Câmara Municipal, Dr. Manuel Joaquim Correia, que nesse mesmo dia havia recebido telegrama do Sr. Governador Civil do distrito, com as respectivas instruções.

 

À noite, foi o Sr. Justino Henriques de Carvalho surpreendido em sua casa pela Banda dos Bombeiros Voluntários, que o foi felicitar, tocando-lhe à porta o Hino Nacional. Aquele nosso amigo apareceu imediatamente, agradecendo comovido à briosa corporação uma tão manifesta prova de simpatia, e levantando calorosamente entusiásticos vivas aos Srs. Conselheiro Hintze Ribeiro, Dr. Simões Baião, ao partido regenerador, ao povo riomaiorense, etc. Estes vivas foram todos unanimemente aplaudidos, findos os quais, a Banda repete o Hino da Carta e dirige-se às suas salas de ensaio.

 

Felicitamos, pois, o ordeiro povo de todo o concelho, por ter novamente como administrador um homem como o Sr. Justino, e desejamos sinceramente a este nosso amigo um consulado brilhante, repleto das maiores prosperidades.

 

Sucumbiu subitamente em 21 de Agosto de 1932, com a idade pouco avançada de 67 anos.

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Figura 9 - Eduardo Casimiro da Silva (1875-1930). © Arquivo do jornal O Riomaiorense.

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Figura 10 - Justino Henriques de Carvalho (1866-1932). © Arquivo do jornal O Riomaiorense.

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