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[Arquivo do Riomaiorense) Vultos de Ontem (1)

 

Neste número dedicado ao património arquitectónico e aos homens e mulheres que marcaram a antiga Vila de Rio Maior, recuperamos do nosso Arquivo uma colecção de doze artigos biográficos publicados no Riomaiorense entre 10 de Abril de 1949 e 26 de Janeiro de 1952, sob o título "Vultos de Ontem", que nos apresentam a vida e a obra de doze riomaiorenses ilustres: Francisco Henriques de Carvalho Júnior (1874-1915), Augusto César da Silva Ferreira (1878-1946), António Gomes de Sousa Varela (1863-1945), Francisco Augusto Pereira Calisto (1909-1945), David Manuel da Fonseca (1850-1906), Cândido Carril Barbosa (1874-1919), Ramiro Henriques de Carvalho (1888-1931), Francisco Ferreira Campos (1856-1942), Eduardo Casimiro da Silva (1875-1930), Justino Henriques de Carvalho (1866-1932), Manuel José Ferreira (1852-1913) e Emídio José de Oliveira (1846-1931).

 

 

VULTOS DE ONTEM

 

 

I - Dr. Francisco Henriques de Carvalho Júnior (1874-1915)

In O Riomaiorense (3.a Série), n.o 5. Rio Maior, 10 de Abril de 1949.

Nasceu em Rio Maior, a 24 de Dezembro, e faleceu em Pau (França), a 17 de Setembro.

 

Filho de Francisco Henriques de Carvalho e Maria Gertrudes Batista Henriques de Carvalho, bem cedo começou a sentir inclinações para a Medicina, pelo que se matricula na Escola Médica de Lisboa no ano de 1896. Sucede porém que, pela sua cabulice, é reprovado algumas vezes, até que resolve abandonar os estudos um lustro após a sua entrada na Universidade, regressando à terra natal.

Em 1905 emprega-se na junta de Crédito Público e instado por amigos, com uma licença para estudar, matricula-se no 2.o ano de Medicina.

 

Atento aos estudos, obtém desta vez as mais altas classificações. Concluindo o curso, porém, não param os seus estudos. E assim, vem a cursar ainda oftalmologia e medicina colonial e tropical.

 

Extraordinário médico, em breve os seus sucessos clínicos fazem estrondo. Mas a morte traiçoeira arrebata-o, por uma pertinaz doença mental, já quando uma auréola de glória o bafejava mas longe ainda de mostrar o que valia.

II - Dr. Augusto César da Silva Ferreira (1878-1946)

In O Riomaiorense (3.a Série), n.o . Rio Maior, 25 de Maio de 1949.

 

 

Não sendo natural de Rio Maior, aqui viveu desde os três anos, pelo que sempre se considerou riomaiorense.

Filho do professor primário Manuel José Ferreira, que foi fundador do primeiro jornal que se publicou na nossa terra, denominado “O Riomaiorense”, como o nosso, Augusto César da Silva Ferreira revela-se logo desde criança estudioso invulgar.

 

Assim, aos seis anos faz o exame elementar e, aos oito, o de admissão aos liceus.

 

Dadas as dificuldades financeiras de seu pai, dedica-se, apesar de estudante, ao difícil mister de explicador, vindo a ser, em Coimbra, professor do Colégio Académico.

 

Forma-se, por último, cursando com alto brilho, simultaneamente, Medicina, Filosofia, Farmácia e Matemática.

 

Veio exercer clínica para Rio Maior, sendo nomeado, tinha ele 25 anos, médico municipal. Posteriormente, veio ainda a exercer as funções de Delegado de Saúde.

 

A ele se deve, ao seu esforço, a fundação e a manutenção por muitos anos, da Escola Comercial Municipal, o único estabelecimento de ensino secundário que ainda hoje possuímos.

 

Falece com 68 anos este grande médico, por quem ainda hoje sentimos uma recordação e uma saudade.

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Figura 1 - Dr. Francisco Henriques de Carvalho Júnior (1874-1915). © Arquivo do jornal O Riomaiorense.

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Figura 2 - Dr. Augusto César da Silva Ferreira (1878-1946). © Arquivo do jornal O Riomaiorense.

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