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Luís Falcão Mena . O Homem e a Obra (3)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No pós-guerra, entre 1946 e 1950, a EICEL e a Direcção Geral de Combustíveis realizaram estudos para o aproveitamento industrial das lignites de Rio Maior de modo a assegurar a manutenção da mina enquanto reserva estratégica de combustível para fazer face à eventualidade de novas crises internacionais.

 

Em 1951 foi tomada uma decisão final pelo investimento numa unidade de secagem e produção de aglomerados de lignite. Entre Abril e Maio desse ano, Luís Falcão Mena viajou pela Europa Central desenvolvendo estudos para a instalação de uma fábrica de briquetes na Mina do Espadanal. O projecto, adjudicado à empresa alemã Buckau R. Wolf, seria apresentado a 25 de Novembro, durante visita do Ministro da Economia, Ulisses Cortês, à Mina do Espadanal (figura 6) (11).

A obra, inovadora no panorama nacional de extracção de carvões, foi financiada pelo Estado através de empréstimos do Fundo de Abastecimento e do Fundo de Fomento Nacional. Além da edificação da nova fábrica, foi renovado o Plano Inclinado de Extracção com a criação de uma nova estação de manobras na receita interior (figura 7), e a entivação da boca da mina com abóbada de tijolo. O complexo industrial, concluído em Junho de 1955, afirmou-se como o mais notável conjunto edificado na paisagem urbana da época, pela presença da sua imponente chaminé e modernidade do desenho das volumetrias (figura 8).

 

Com a entrada em funcionamento da nova fábrica, a extracção na Mina do Espadanal estabilizou acima das 80.000 toneladas anuais, atingindo-se o valor mais elevado de sempre em 1957: 120.113,05 toneladas de lignite tal qual.

O Suplemento Económico do jornal Diário Ilustrado destacou, entre 28 de junho e 1 de Agosto de 1958, o desenvolvimento industrial das Minas do Espadanal. Falcão Mena concedeu uma extensa entrevista e acompanhou os repórteres em visita detalhada às instalações mineiras (12).

 

O director técnico da EICE SARL manteve neste período o seu empenho na acção social. Sob a sua iniciativa, a empresa aderiu, em Julho de 1956, à Campanha Nacional de Educação de Adultos, instituindo um curso para operários, em instalações próprias, com a frequência inicial de 27 alunos (13). A EICE SARL apoiou também iniciativas particulares no campo da habitação, dando aval financeiro à construção do bairro mineiro de Santa Bárbara, que foi inaugurado na zona Norte da vila de Rio Maior, em Maio de 1959 (14).

 

Figura 6 - Visita do Ministro da Economia, Dr. Ulisses Cortês, ao Couto Mineiro do Espadanal, a 25 de Novembro de 1951. Apresentação do projecto da fábrica de briquetes. Em primeiro plano: Eng. Joaquim Ferreira do Amaral, Dr. Astério Rosa, Dr. Ulisses Cortês, Eng. Luís Falcão Mena e Eng. Alexandre Matias. © Colecção Luís Falcão Mena, Arquivo EICEL1920.

(11)

“As Minas de Lenhite de Rio Maior em vias de franca progressão, foram visitadas por entidades ilustres, entre elas o Sr. Ministro da Economia”. In O Riomaiorense (3ª série) n.º 73, de 5 de Dezembro de 1951.

Figura 7 - Plano inclinado de extracção da mina do Espadanal, estação de manobras na receita interior, 1955-58. (Reprodução de Fernando Aguiar, 1958).

Figura 8 - O Homem e a Obra. Luís Falcão Mena diante da fábrica de briquetes da Mina do Espadanal, 1954. © Colecção Luís Falcão Mena, Arquivo EICEL1920.

(12)

“Suplemento Económico”. In Diário Ilustrado, nºs 51 a 55, de 28 de Junho a 1 de Agosto de 1958.

(13)

“Campanha de educação de adultos. A EICE colabora na campanha”. In Jornal de Rio Maior nº6, de 7 de Julho de 1956.

(14)

“Memorial”. In O Riomaiorense (3ª série) nº220-221, de 20 de Maio de 1959.

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